Nesta quarta-feira 18, em Brasília, foi realizada a 94ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), onde a Polícia Federal multou oito bancos em R$ 1,174 milhão por descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e normas de segurança. Uma agência do Itaú, em Estação Experimental, no Acre, foi interditada. Os bancos foram punidos em processos abertos, na sua maioria em 2009, pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp).
Agências e postos de atendimento foram multados por ter número insuficiente de vigilantes, alarmes e porta giratória inoperantes, planos de segurança não renovados e câmeras de vídeo sem funcionamento, além de impedir a fiscalização de policiais federais. Os bancos também foram condenados pela inauguração de agências sem a aprovação do plano de segurança.
Uma agência do Bradesco, em Bom Sucesso-MG, foi multada porque um gerente do banco transportava valores de R$ 15 mil a R$ 30 mil, durante mais de cinco anos, para abastecer correspondentes bancários de cidades próximas.
O Banco do Brasil foi o campeão das multas com R$ 332,1 mil, seguido pelo Itaú Unibanco com R$ 310,3 mil, Bradesco com R$ 239 mil e Santander com R$ 135,5 mil. Caixa Econômica Federal, HSBC, Banco Rendimentos e Mercantil do Brasil também foram punidos.
"Todas essas multas provam que os bancos seguem mais preocupados em gastar milhões de reais em campanhas de marketing do que na segurança de trabalhadores e clientes", avalia Valdir Machado, diretor FETEC-CUT/SP.
Veja o montante de multas por banco:
Banco do Brasil – R$ 332.198,19
Itaú Unibanco – R$ 310.378,82
Bradesco – R$ 239.072,41
Santander – R$ 135.504,62
Caixa Econômica Federal – R$ 74.844,54
HSBC – R$ 53.560,41
Banco Rendimentos – R$ 14.543,05
Mercantil do Brasil – R$ 14.187,64
Total de multas: R$ 1.174.289,68
Houve ainda aplicação de penalidades contra empresas de segurança, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes. Foi a segurança reunião da CCASP em 2012.
A CCASP é integrada por representantes do governo, trabalhadores e empresários. A Contraf-CUT representa os bancários. Já a Febraban é a porta-voz dos bancos. A reunião foi presidida pelo coordenador-geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP) da Polícia Federal, delegado Clayton Eustáquio Xavier.
“Os Sindicatos da base da FETEC-CUT/SP devem intensificar a fiscalização nas agências para que os bancos parem de desrespeitar a lei 7.102/83 e invistam mais em segurança”, afirma Machado.
Recursos não faltam aos bancos para investir mais em segurança. Segundo o Dieese, os números dos balanços comprovam o desleixo. Os cinco maiores bancos do país lucraram mais de R$ 50,7 bilhões em 2011. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,6 bilhões, o que representa uma média de 5,2% em comparação com o lucro. “A exemplo disso, os dois principais bancos privados do Brasil, Itaú e Bradesco, investem menos em segurança e também usar a prática de precarizar o trabalho”, conclui.
Fonte: Federação dos Bancários/SP