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VIGILANTES VÃO PODER USAR ARMAS DE CHOQUE

 

Vigilantes vão poder usar armas de choque

 

Os vigilantes e seguranças pessoais que trabalham em empresas regulares poderão utilizar armas de choque, gás lacrimogêneo, spray de pimenta e munição de borracha, no serviço de segurança privada.

O uso desses equipamentos não era previsto para esse tipo de atividade até o mês passado, quando a Polícia Federal publicou a portaria nº 358, definindo os materiais que podem ser usados para cada tipo de serviço.

Aos trabalhadores de transporte de valores e segurança pessoal, foram permitidos o uso de gás lacrimogêneo e de arma de choque. Aqueles que trabalham na escolta armada podem usar, além do gás e da arma de choque, munição de borracha, bombas de gás e máscaras de proteção completa.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp), Marcos Félix, a medida veio ao encontro dos interesses das empresas e da sociedade.

"Nós havíamos pleiteado isso, e os Centros de treinamento já estão buscando incorporar o uso desses equipamentos em seus cursos. Em princípio, essas armas devem ser utilizadas por vigilantes de escolas, shows, áreas desse tipo. Nem todos vão usar", explica Marcos Félix.

Representando os trabalhadores, Marcelo Raimundo Lourenço, presidente do Sindicato dos Vigilantes, disse que a medida dará mais tranquilidade para o profissional. "Hoje o vigilante só tem a arma de fogo para usar em qualquer caso. Esses novos equipamentos vão permitir que se usem armas mais adequadas a cada tipo de caso", reforça Marcelo.

Para usarem os equipamentos não letais, as empresas vão precisar de certificados e de registros específicos para isso. Cada vigilante também terá que realizar treinamentos específicos. Tanto os novos quanto os mais antigos. "Esse treinamento, além de necessário, é importante. É o que diferencia o profissional regular do irregular", completa Marcelo Raimundo.

Polícia Federal vai fiscalizar o uso das armas
A Polícia Federal é a organização responsável pela fiscalização da atividade de Segurança Privada. O delegado Fernando Amorim, titular da Delegacia Especializada em Controle de Segurança Privada (Delesp), informa que algumas empresas estão buscando orientações sobre o assunto, e Centros de Formação também já estão formatando cursos de treinamento. Por enquanto, nenhuma empresa no Estado está apta a utilizar o armamento não letal previsto na regulamentação. "Para utilizar os equipamentos, será necessário o curso específico e a capacitação dos vigilantes", ressalta o delegado.

PM: é preciso treinar profissional
As armas não letais fazem parte do dia a dia das unidades da polícia que têm que lidar com solução de conflitos, mas é preciso cuidado com o armamento. O capitão da PM Paulo Rogério Barbosa, integrante do Batalhão de Missões Especiais (BME), – equipe que usa os equipamentos com frequência -, alerta para a necessidade de capacitação e uso adequado das armas.

No Estado, armas não letais são usadas especialmente pela Polícia Militar. Dependendo do tipo de equipamento, são necessários cursos específicos e treinamentos intensos.

Riscos
"Usando dentro do que está preconizado nas normas e orientações, o equipamento atende ao objetivo, preservando a vida e resolvendo o conflito, mas, do contrário, pode se tornar letal", observa o oficial.

Alguns equipamentos, como bombas e munições de borracha, podem ferir, provocando grandes lesões. "Ser uma arma não letal não quer dizer que não vá ferir. Por isso, o uso deve ser dentro de toda a técnica. Essa é uma boa medida para os vigilantes, porque eles passam a ter outra opção, além da arma de fogo", opina o capitão.

Saiba mais sobre equipamentos não letais

Bala de Borracha
Detalhes: não tem uma ponta de metal como nas balas comuns. A superfície é revestida com borracha. Pode causar ferimentos se atingir o rosto ou outra área mais sensível. Usada para conter tumultos durante confrontos

Spray de pimenta
Detalhes: usado para dispersar pequenos tumultos ou como arma de defesa pessoal. O efeito do spray pode durar até 40 minutos. Causa a ardência nos olhos e mucosas, provocada pelos componentes do produto

Taser de dardos
Detalhes: a pistola Taser dispara dardos que penetram na roupa do suspeito, aderem ao corpo e liberam uma descarga elétrica. O choque imobiliza a pessoa, que cai. Usada contra agressores definidos, uma pessoa por vez

Gás lacrimogêneo
Detalhes: usado para dispersar multidões e em operações de resgate. É semelhante a uma granada, e pode ser lançado diretamente com a mão ou com um equipamento específico para lançamento. Provoca a lágrimas, queimação nos olhos, impedindo a visão

Outros tipos de armas
Detalhes: bastão de choque, bomba de efeito moral – pode ser do tipo que estoura e emite um som intenso; as que emitem luz, ofuscando a visão do agressor; e a que emite fumaça 
 

 

 

 

 

 

 
Fonte: A Gazeta – ES